Adolf Loos foi um notável arquiteto austríaco. Filho de um pedreiro, nasceu em Brno, Morávia, em 10 de dezembro de 1870. Foi surdo até os doze anos, e talvez esta limitação física tenha influenciado em seu caráter e em seu destino. Começou a trabalhar cedo na empresa de seu pai, que morreu quando Loos tinha apenas nove anos. Recebeu formação técnica na Escola Real e Imperial do Estado e prosseguiu seus estudos na Faculdade de Tecnologia de Dresden. Em 1893 foi para os Estados Unidos para ver a World’s Columbian Exposition de Chigaco. Durante os três anos em que permaneceu no país não trabalhou em nenhum atelier de arquitetura, passou por diversos empregos que ajudaram na sua compreensão dos materiais e da construção e também a adquirir a humildade para enquadrar dentro de certos limites o papel do arquiteto. Loos familiarizou-se com os feitos da Escola de Chicago e com os escritos teóricos de Louis Sullivan, como Ornament in Architecture, que acabariam o influenciando.
Em sua viagem de regresso a Viena visitou Londres e Paris. Começou então, em 1896, sua carreira como projetista trabalhando com interiores e escrevendo artigos para o liberal Neue Freie Presse (Nova imprensa livre), sobre vários assuntos, como arquitetura, vestuário, boas maneiras e música. Este arquiteto desenvolveu uma importante obra teórica, formada por conferências, artigos e pequenos ensaios que publicava regularmente desde 1897. Em 1903, lançou o jornal Das Andere (O Outro – periódico para a introdução da civilização ocidental na Áustria), que só teve dois números, terminando no mesmo ano.
A partir de 1900 fica explícita sua divergência com a Secessão Vienense – movimento artístico vanguardista que integrava vários grupos de diferentes cidades da Alemanha e da Áustria – com a publicação da fábula Gesamtkunstwerk, “A história de um pobre homem rico” e depois em 1908 com a publicação de seu famoso texto “Ornamento e crime”. Em 1912, devido a sua preocupação e interesse pela formação dos arquitetos, funda sua própria escola de arquitetura, que nem chegou a ser oficializada e acabou em 1914 com o início da guerra.
Adolf Loos escandalizou a sociedade vienense com seu estilo de vida livre e cosmopolita. Apesar do que os jornais informavam continuamente sobre ele e que seu nível de popularidade em Viena fosse muito alto, não chegou a alcançar nunca em vida aquele status de estrela ao qual chegaram Le Corbusier, Walter Gropius ou Mies van der Rohe.
Exerceu sua profissão durante largos anos e passou por três casamentos mal sucedidos, até sua morte a 23 de agosto de 1933.
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